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            « Não te culpo.

            És livre, independente, e dono de ti próprio. Só tu sabes as razões dos teus actos, só tu entendes as tuas decisões, e por mais que tente (e juro-te que tento) perceber o porquê, não consigo. Talvez porque a ferida ainda esteja muito fresca, talvez por tudo ter acontecido tão rápido.

            Eu só acho que não tinhas o direito de me fazer o que fizeste. Nem a mim, nem a ela. Julguei-te superior, julguei-te o melhor de todos, e depois vai tudo por água abaixo, sem mais, nem menos…

            Já todos descobriram, sabes? Já todos sabem o que nos aconteceu, e agora acham-me uma coitadinha, e andam todos atrás de mim como se me fosse, a qualquer momento, atirar-me de uma ponte abaixo.

            Ela é a minha melhor amiga, como lhe pudeste fazer uma coisa destas? Ela chora, todos os dias. Todos os dias uma lágrima, todos os dias menos um sorriso.

Lembro-me de todos os beijinhos, abraços, todas as palavras e histórias que inventávamos juntos. Sei que sempre serei a tua menina... Perdoar-te? É difícil, mas farei os possíveis e até mesmo os impossíveis.

Fugiste, partiste, sem dizer mais nada. Viste as minhas lágrimas de desespero, e tristeza, mas apenas me abraças-te, enquanto dizias: «Amo-te, e sempre te amarei», e eu chorava e tentava dizer: «Serás sempre o homem da minha vida, Pai » 

Filipa Arem ♥