caminho para a felicidade!

Parte 8

 

 Não se mexeu. Olhava para mim, seguia-me com os olhos, mas não se movia, e eu estava a ficar assustada, para o que ele me iria dizer.

 Já me estava a arrepender de ter marcado encontro, e ter dito tudo aquilo que disse. Eu tinha feito uma promessa a mim mesma, e nunca pensei estar a quebrá-la tão rapidamente. Talvez tudo não passasse de um sonho. Sem ele reparar, belisquei-me, e… continuei no mesmo sítio, aquilo era a realidade, e eu tinha dito tudo aquilo.

 Inês: (larguei-lhe a mão, e olhei, triste, para baixo) Não dizes nada?

 Diogo: (suspirou) Sei que nos conhecemos há pouquíssimo tempo, o que faz com que isto te pareça estranho, que pareça que estou a brincar contigo, e com os teus sentimentos. Mas não é nada disso. Eu não sou destas coisas de me apaixonar, muito menos de namorar, até porque isso é algo que desconheço. Sempre fui mais de nada de sério. Mas eu quero mudar, e quero-te a meu lado, para me ajudares e apoiares, e não me deixares cair, e não me largares. Porque desde o dia que te vi…

 Entre olhares, e um pequeno sorriso que ele esboçou, dissemos, delicadamente, ao mesmo tempo: «Não deixei de pensar em ti…».

 Inês: Eu tenho medo, tenho medo que tudo volte a acontecer outra vez. E que eu sofra tão ou mais do que já sofri. Desde que vim para aqui que me sinto bem, que me sinto confortável, e feliz, e não quero que isso acabe. Não quero voltar a cometer os mesmos erros, e não quero voltar a deitar as mesmas lágrimas, e estragar os mesmos sorrisos.

 Diogo: Eu não quero ver-te magoada, e vou tentar fazer os possíveis e impossíveis, para que isso não volte a acontecer. Apenas te quero ao meu lado.

 Inês: Mas… e se estamos a ir rápido de mais? E se algo corre mal, por não nos conhecermos bem, e se…

 Diogo: Princesa, isso só o tempo o dirá… E se não tentarmos nunca saberemos se dá certo ou não.

 Ele tinha razão, em parte. Mas eu não deixava de estar de pé atrás, não me conseguia esquecer daquilo porque tinha passado, meses e meses, e a minha opinião quanto a rapazes ainda não tinha mudado.

 O telemóvel do Diogo começa a tocar, ele tira do bolso, vê quem é, e claro, atende.

 Diogo: Estou… Já vou, esperem por mim ou podem ir que eu depois vou lá ter. Ok mãe, até já.

 Desligou, volta a meter o telemóvel no bolso. Olha para mim e diz:

 Diogo: Era a minha mãe, vou passar o fim-de-semana à quinta do meu avô. Queres vir? Nem sequer precisas de mala, a Mafalda empresta-te a roupa dela, que de certeza que não se importa.

 Inês: E os teus avós não se importam? Nem os teus pais? É que eles não me conhecem, e podem achar de mau agrado.

 Diogo: Os meus pais não vão ficar, têm de tratar de umas coisas. E os meus avós são uns porreiros, e adoram receber gente nova lá em casa. E não te conhecem, passam a conhecer, aliás, será uma honra para eles conhecer alguém tão simpática como tu, Nês.

 Inês: Ó, Diogo, não digas essas coisas, que depois fico toda envergonhada... Está bem, eu vou. Deixa-me só avisar a minha mãe, que de certeza vai ficar toda contente por eu já ter que fazer para o fim-de-semana.

 Diogo: Pode ser que o fim-de-semana nos dê as respostas que precisamos.