caminho para a felicidade!

Parte 13

 

   Como não gostava muito de passar muito tempo na água, deixei-me ficar na toalha, a apanhar sol. Não aconteceu o mesmo com Mafalda que, logo que chegámos, pousou as coisas num ápice e foi dar um mergulho pelo rio, e parecia que tão cedo não saía de lá.

    Diogo: Está tudo bem contigo?

    Inês: Tudo óptimo, porquê? Não devia de estar?

   Acho que fui um bocadinho bruta demais, mas nunca fui lá muito boa mentirosa.

    Diogo: Ei, calma, Nês. Já vi que não está tudo bem, queres falar sobre isso?

    Inês: Se fosse a ti não queria saber, Diogo.

    Diogo: Está claro que quero.

    Inês: Ai sim? Então aqui vai: ontem, quando chegámos, ao contrário da Mafalda, eu não fui logo para a cama, não tinha sono, e como não tinha nada para fazer, decidi ir à janela, ver a paisagem, e apreciar a noite.

    Diogo: Não estou a entender no que é que isso contribuiu para esse teu estado.

    Inês: Exacto, isto não contribuiu nada. Talvez se eu te disser para onde dava a vista do meu quarto, tu percebas… Dava para o jardim, Diogo.

   Ficou paralisado, não respondeu, o que ainda me fez ficar mais irritada e triste com a atitude dele.

    Inês: Eu vi, Diogo. Infelizmente, vi-te com uma rapariga, vi o beijo, vi tudo. Tudo! Nunca pensei que fosses capaz disso, muito menos esconder-me com toda a lata do mundo. Pensei que fosses diferente, e que devia acreditar nas coisas que me disseste, mas afinal, não passas de um igual aos outros, um mulherengo.

    Diogo: Mas ela é que me beijou!

    Inês: Eu bem vi quem beijou, mas tu não a afastaste, e retribuíste.

    Diogo: Mas tudo o que eu te disse era verdade, eu amo-te, Nês.

    Inês: Amar? Amar, não inclui a palavra trair no meio.

    Diogo: Não foi propositado, nunca quis magoar-te.

    Inês: Sempre as mesmas desculpas. Sabes, Diogo, eu estava a gostar realmente de ti, aliás, infelizmente, isto só fez com que os meus sentimentos por ti ainda ganhassem mais forças, mas depois do que vi, já não sei, sinceramente, se te quero a meu lado.

    Diogo: Mas és a mulher da minha vida, Nês. Desculpa-me, por favor.

    Inês: Não sei se consigo, tu para além de em traíres, não foste sequer capaz de me contar, porque eu ia-te ouvir, mesmo tendo assistido a tudo.

    Diogo: Vais-te embora?

    Inês: Não, vou ficar aqui até irmos embora, porque apesar de não conseguir olhar para ti, gosto muito da tua irmã e dos teus avós, e vou ficar, porque a tua irmã também me pediu para ficar. Adeus, Diogo.

    Levantei-me, com as lágrimas na cara, e fui ter com a Mafalda ao rio. Dei um mergulho e fiquei com ela um bocado. Via o Diogo sentado, a olhar para mim, com a mão na cabeça, consciente de que tinha feito asneiras.

(achas que Diogo deve tentar falar com Nês? O que estás a achar?
continua. )