caminho para a felicidade!

Parte 15

 

   Diogo: Inês… ainda bem que vieste. Pensei que me ias fazer uma desfeita e que não vinhas. Preciso mesmo de falar contigo.

   Inês: Para quê isto tudo? Já não tínhamos falado tudo o que havia para falar?

   Diogo: Senta-te, por favor. Acho que devo-te uma explicação.

  Sentei-me, tal como ele me pediu, peguei num cacho de uvas, que saltou à vista e comecei a ouvi-lo.

   Diogo: É verdade, aliás, sei que viste e não preciso de te confirmar. E desculpa! Pode não adiantar de nada o que te vou dizer, mas apenas quero saber que tentei, e não desisti.

   Inês: (comendo uma uva) Sim, continua…

   Diogo: Podes não acreditar, e até não te fazer diferença nenhuma, devido a tudo o que te fiz sentir, porque provavelmente, ficaria assim ou pior que tu, por isso me sinto tão culpado e mal por tudo isto. Desde o primeiro dia que te conheci, naquela noite, que eu não deixei de pensar em ti, a pensar em como és bonita, em como tens um sorriso lindo, e um cabelo maravilhoso. Fazia de tudo para te encontrar na rua, apenas para te dizer um simples olá.

   Inês: Por isso é que…

   Diogo: Por favor, Nês, deixa-me acabar! Quando viemos para esta praia… Foste a primeira pessoa que eu trouxe para aqui, porque sim, eu considerava-te, e está claro que ainda considero, que és especial, não apenas como uma simples amiga, ou menos que isso, mas muito mais que isso. Errei naquela noite, foi o meu maior erro, deixar-te fugir, magoar-te de uma maneira que não devia, mas…

   Inês: Sim, quem nunca errou? Errar é humano, etc, etc, etc.

   Diogo: Não propriamente. Errar é humano, mas mais humano é saber perdoar, e saber quando erramos, e quando magoamos, e queremos fazer de tudo para voltar atrás. Apenas gostava que me desses uma oportunidade para te mostrar todo o meu arrependimento, e mostrar-te todo o amor que tenho para te dar.

   Inês: E como sei que não voltas a repetir o mesmo?

   Diogo: Não sabes, apenas me dás um voto de confiança, porque não te vou desiludir.

   Inês: Fácil é falar, Diogo.

   Diogo: Por favor, Nês.

   Inês: Eu vou ter que pensar bem no assunto, porque, apesar de saber que os meus sentimentos por ti não desapareceram, e não querem desaparecer, aquilo que tu fizeste também não. Tenho de pensar.

  E preparava-me para me ir embora, mas ele segurou-me no braço, gentilmente.

   Diogo: Podes ao menos fazer-me companhia? Trouxe comida que chegue.

   Inês: Eu fico, mas por favor, não faças nada para apressar a minha decisão, Diogo.

  Estávamos a divertirmo-nos muito. Falámos e rimos, contámos coisas estúpidas, sobre pessoas estúpidas, gozámos. Estava a ser realmente muito bom, e depois teria de pensar muito bem naquilo que ele me tinha pedido, apesar de já ter a resposta em mente, mas as certezas não serem muitas.

  Deitei-me na toalha que ele tinha estendida na areia, e ele começou-me a fazer festinhas.

   Diogo: Ainda bem que aqui ficaste. Sinto tanto a tua falta, (afastando-me o cabelo delicadamente), falta dos teus abraços e dos teus beijos, de me sentir só teu, de me sentir feliz a teu lado. Gosto mesmo de ti, Nês.

  Quando olhou para mim reparou que tinha adormecido, e deu por ele a apreciar todos os pormenores do meu rosto, e não resistindo aproximou os seus lábios dos meus, e tocaram-se delicadamente, fazendo com que eu acordasse de sobressalto

   Inês: (sentei-me, rapidamente) Diogo? Que estás a fazer?

   Diogo: Desculpa, mas não resisti, estavas tão perfeita a dormir…

   Inês: Pedi-te que não forçasses… Vou-me embora.

Levantei-me, peguei na minha mala, e comecei a ir embora. Ele correu, e ainda tentou parar-me.

   Diogo: Por favor, desculpa-me. Não foi por mal. Já é tarde, não vás sozinha.

   Inês: Eu sei o caminho para casa, Diogo. Até amanhã.