caminho para a felicidade!

Parte 16

 

  Logo me arrependi da minha decisão, mas arranjei forças para não voltar para trás. Tudo o que ele me tinha dito, tinha criado uma nova sensação ao meu coração, que me fazia acreditar que ele me amava, e que gostava realmente de mim, eu apenas não conseguia esquecer o que tinha visto, e a lata dele por me ter mentido.

   Abri a porta de casa, e a minha irmã estava sentada no sofá, acompanhada pelo João, e pelos meus pais.

    Inês: Olá, gente.

    João: Boa noite, desaparecida. Agora quase nem te vemos.

    Inês: ó maninho, tu também andas desaparecido, pois claro, só raparigas atrás de ti, ahah.

    João: Elas não me largam, Nês, sabes bem.

    Pai: Está tudo bem, Inês?

    Inês: Sim, está tudo óptimo. Lili, podes vir comigo para cima?

   Subimos as escadas, e fomos para o quarto dela. Era igual ao meu, mas com uma disposição diferente das coisas, e cores diferentes.

    Liliana: Porque falas assim tão fria para o pai?

    Inês: Tu sabes… não consigo perdoá-lo pelo que fez…

    Liliana: Ainda por isso? Ele já falou contigo, Nês. Está a tentar mudar…

    Inês: Está bem, não quero falar sobre isso agora...

   Expliquei-lhe tudo o que se tinha passado, incluindo a parte do beijo e tudo mais, estava à espera de alguma palavra, um conselho da parte dela, mas ela mantinha-se calada.

    Inês: Então… Não dizes nada?

    Liliana: Tu é que sabes que decisão vais tomar. Ele foi o mais sincero que pôde contigo, disse-te tudo o que sentia, agora tu é que sabes se vais acreditar e dar-lhe uma oportunidade, ou se não vais fazê-lo.

   Fiquei a pensar, e fui tomar um banho. Será que estava realmente a exagerar com o meu pai? Apenas ainda não conseguia perdoá-lo pelo que ele tinha feito, e talvez fosse por isso que não sabia como perdoar o Diogo.

   Peguei no meu portátil e comecei a escrever para Catarina, a minha melhor amiga do Porto, precisava de lhe contar as novidades:

   « Olá, princesa. Desculpa não ter dado novidades, mas tenho andado com a cabeça cheia de pensamentos. Lembras-te do Diogo? E de toda aquela confusão de ele ter beijado outra rapariga? Bem, ele hoje fez-me uma surpresa e pediu-me desculpas, e disse que eu era a mulher da vida dele e que queria que lhe desse uma oportunidade. Eu gosto imenso dele, apenas não sei como perdoá-lo e esquecer tudo isto…

   Depois há outra coisa: o meu Pai. A Lili hoje disse-me que estava a exagerar quanto às minhas atitudes perante ele. Mas eu também ainda não consegui esquecer como ele nos abandonou, a maneira fria como saiu de casa e deixou a minha mãe com 3 filhos para criar. E passado 11 anos volta. Claro, acredito mesmo que ele ama a minha mãe, faz de tudo pra mostrar, mas não consigo.

   Não imaginas as saudades de te ouvir e estar contigo que tenho. Preciso de um conselho, algo que me oriente, Cá linda.

 Um grande beijinho, espero que por aí esteja tudo bem, melhor amiga,

 Inês»

   Fui para a varanda, e comecei a apagar os e-mails corrente que os meus colegas tinham a mania de enviar. Entretanto, recebo a resposta de Catarina:

   «Olá, minha melhor amiga mais linda. Antes demais, concordo com a tua irmã Lili, acho que devias compreender que ele está a tentar mudar, e que todos os dias ele tenta lembrar-te o seu arrependimento quanto ao que fez.

   Quanto ao Diogo, princesa, parece-me a mim que ele te adora. Preparou-te uma surpresa, deu-se a esse trabalho, não são todos os rapazes que o fazem. Pensa que se ele não gostasse de ti, não se tinha importado quando lhe disseste tudo aquilo. Ele se calhar quer mesmo voltar para ti. Lembra-te que nem todos são como o Duarte.

   Também estou cheia de saudades tuas, minha Nês. Por aqui está tudo normal, bem aparentemente. Um enorme beijo para ti e para a tua família.

Catarina»

   Já sabia o que fazer, apenas precisa de dormir sobre o assunto para ter a certeza de que era aquilo que ia fazer. Fui-me deitar, porque no dia seguinte queria acordar cedo para ir dar uma corridinha à praia, para depois pôr em prática a minha decisão.

   Assim o fiz, acordei às 10h, vesti uns calções e uma camisola caviada, prendi o cabelo, e fui correr para a praia. Coloquei os fones nos ouvidos e liguei o mp4 nas alturas, para poder decidir melhor.

   Estava um dia maravilhoso, e decidi fazer algo que à muito não punha em prática e que adorava. Fui requisitar uma prancha de surf, e fui apanhar umas ondas. Tinha até ao meio-dia para fazer o que tinha decidido, e ganhar coragem para tal.