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segunda-feira, 18 de abril de 2011

caminho para a felicidade!

Parte 17
 
   O meio-dia tinha chegado e eu já estava pronta para sair de casa. Tinha-me dado tempo suficiente para tomar banho, e conversar com a minha mãe e a minha irmã quanto à minha decisão, decisão ao qual elas me apoiaram a 100%.
   No momento em que conversava com elas, a minha mãe recebe um telefonema, e fica em completo estado de choque, o que me deixou assustada.
    Mãe: Inês, vai à procura do Diogo. A Mafalda foi atropelada, e está muito mal, inconsciente, no hospital, e desde aí que a mãe não sabe nada do Diogo.
   Saí como uma flecha e fui à procura dele, fui até à praia ver se ele lá estava a andar de mota de água. Mas não. Andei quase a praia toda à procura dele. «Pensa, Inês. Pensa para onde teria ele ido.», pensei, repensei e voltei a pensar, até que me veio o lugar perfeito onde ele estaria: a praia onde estivemos no dia anterior. Apressei-me a ir lá, queria mostrar-lhe que tinha todo o meu apoio.
   Ele estava sentado na areia de cabeça pousada nos joelhos, ouvia-o a chorar. Ele reparou que eu me aproximara, mas rapidamente deitou outra vez a cabeça nos joelhos, mas vi o suficiente para lhe ver a cara lavada em lágrimas, e os olhos inchados como se já estivesse a chorar há bastante tempo.
   Aproximei-me e sentei-me ao pé dele.
    Inês: Sabes, o meu pai esteve desaparecido durante 11 anos, sem dizer uma única palavra, depois de ter provocado um acidente onde eu ia ao lado dele. Desde esse dia que praticamente não falo com ele, e todos os dias chorava porque achava que ele tinha morrido.
    Diogo: Em que é que isso me ajuda?
    Inês: O que te quero dizer é que tudo passa, as coisas más vão e voltam e tu não te podes ir abaixo. Ela o que precisa agora é do teu apoio, e não te sintas culpado pelo que lhe aconteceu, ninguém previa isto.
    Diogo: Mas eu pedi-lhe que fosse ter contigo entregar-te uma coisa, devia ter ido eu, mas não queria que pensasses que te queria forçar na tua decisão. Eu amo-te, Inês, e não te quero perder a ti, nem à minha irmã. Preciso tanto de ti, neste mom…
   Não o deixei acabar. Beijei-o intensamente, como se não houvesse amanhã. Queria que ele percebesse que o sentimento era mútuo, e que eu também precisava muito dele. Abracei-o com um dos meus melhores abraços, para que ele sentisse que eu estava com ele, sempre, para apoiá-lo até ao fim.
    Inês: Eu amo-te, Diogo.
    Diogo: E eu a ti, princesa.
   Ele puxou-me para bem junto dele, e começámos a olhar para a linha do horizonte, e a observar como parecia estar tão longe, mas ao mesmo tempo tão perto. Passado pouco tempo decidimos ir ao hospital, saber notícias.
    Diogo: Boa tarde, queria saber notícias da paciente Mafalda Rameiro.
    Enfermeira: Ela já acordou, mas ainda não pode receber visitas. Ainda está bastante magoada, com um grande ferimento na barriga, e será operada logo de manhã. Só depois poderá visitá-la. Aconselho-o a ir para casa descansar, porque o pior já passou.
   A preocupação de Diogo não passou, mas viemos para casa. Convidei-o a ir um bocadinho para minha casa, para lhe fazer companhia. Sentámo-nos na cama, agarrados um ao outro.
    Diogo: Então, tu e o teu pai não se falam?
    Inês: Ele tenta, mas eu não consigo perdoá-lo. Estive um mês no hospital, porque bati com a cabeça e entrei em estado de choque, o que fez com que ficasse com amnésia. Tinha apenas 4 anos, e a minha mãe estava todos os dias, acompanhada dos meus irmãos que tinham 2 anos, no hospital a fazer-me companhia.
    Diogo: E ele voltou? Tu lembravas-te dele?
    Inês: Por incrível que pareça, ele era a única pessoa que eu não me tinha esquecido. Era o único por quem eu perguntava. Sim, ele voltou, passados 11 anos, como te disse. Não tenho dúvidas de que ele ame a minha mãe, aliás, nota-se a milhas, tem apenas a ver comigo e com o que eu passei.
    Diogo: Não estou a julgar-te, de maneira alguma, sei que deves ter sofrido imenso com tudo isto. Mas, não achas que talvez ele queira outra oportunidade? Talvez ele não tivesse outra alternativa na altura, senão fugir.
    Inês: Ele tinha outra alternativa, amor. Ficar comigo, quando mais precisei. Mas ele não se importou com isso, escolheu a opção mais fácil: fugir. Todos os dias ele me pergunta como estou, como me correu o dia, e eu não consigo falar-lhe como se estivesse tudo bem, quando na verdade ainda não está. Para mim, ele não foi um pai presente, devia ter estado a segurar-me a mão quando mais precisei, mas não esteve.
    Diogo: Pois, princesa. Mas não deixas de ser filha dele, nunca deixaste, e ele precisa de ti, naturalmente, deves ter sido uma das razões pela qual ele voltou.
   Mantive-me calada, ouvir aquelas palavras confortava-me. Saber que ele estava presente, acalmava-me. O único problema encontrava-se no meu pai, mas isso já não era de agora.
   Beijei-o, e agradeci-lhe todas aquelas palavras. Levei-o a casa, e depois fui com os meus pais e os meus irmãos jantar ao shopping, porque a minha mãe queria comprar roupa nova para todos nós, o que eu sempre adorei nela, é que não precisávamos de pedir, pois ela sabia sempre quando queríamos e estávamos com disposição para compras.

(continua..
ainda não tenho fim definido)