caminho para a felicidade!

Parte 14

 

   O resto do fim-de-semana passou-se, com várias tentativas de comunicação da parte do Diogo. Com muito esforço meu, ignorava-lhe na maior parte das vezes, e outras simplesmente ia-me embora.

   Cheguei a casa, e claro, contei todas as novidades à minha irmã, que no inicio ficou toda entusiasmada, e quando lhe contei o sucedido o Diogo já era “um tono que estava a perder uma grande rapariga”. A minha irmã sempre foi quase uma melhor amiga, e não ia ser agora que o ia deixar de ser.

   O problema é que as vezes que via o Diogo, ele parecia-me cabisbaixo, triste, como se realmente estivesse arrependido do que tinha feito, mas eu não conseguia perdoá-lo, e só queria esquecê-lo, apesar de estar a ser difícil. Sempre que eu estava com a Mafalda, que desde o momento se tornara uma grande amiga, e ele chegava, pedia muita desculpa à Mafalda e ia-me embora… Sei que não era uma atitude educada, e mostrava uma certa fraqueza, mas não conseguia ainda estar na presença dele.

   Os dias foram-se passando, e cada vez mais sentia a falta dele. Raramente o via, e quando via não lhe dirigia a palavra, o que ainda me fazia sentir pior, mas era assim e não dava para ser diferente.

   Certo dia, estava eu e a Liliana a ajudar a minha mãe a arrumar a cozinha, devido a um almoço com uns tios meus que viviam em Lagos, o meu telemóvel toca, e tinha uma mensagem. Peguei nele, e era de Diogo. Tive medo antes de abrir, mas acabei por ter coragem o suficiente, e dizia: «Olá, Nês. Peço-te que leias até ao fim, e que por favor aceites. Hoje, às 19:00h vai ter comigo àquela praia onde nos beijámos pela primeira vez, por favor, não faltes, é a única coisa que te peço. Amo-te, sempre».

   Fiquei paralisada, e a minha mãe e a minha irmã, acharam estranho, e ficaram preocupadas.

    Mãe: Passa-se alguma coisa, filha?

    Liliana: Quem era?

    Inês: Era o Diogo… (sem tirar os olhos do telemóvel) a pedir-me que fosse ter com ele às 19:00h.

    Liliana: E vais?

    Inês: Não sei, acham que devo?

    Mãe: Filha, tu é que sabes o que vais decidir. Mas lembra-te: mais magoada do que já saíste não poderás sair.

    Liliana: A mãe tem razão. E se decidires ir ter com ele, que acho que é o melhor, ouve o que ele tem para te dizer, pode ser que te surpreenda, pela positiva é claro.

    Inês: Pois, obrigada. Posso subir, mãe? Tenho de fazer umas coisas.

   Fui para o meu quarto, e sentei-me no sofá da janela. Tinha decidido que ia ter com ele, pelo menos para ver o que me esperava, até porque a minha mãe tinha razão, tal como tinha sempre, sair mais magoada do que já tinha saído, era praticamente impossível.

   Saí de casa, e lá fui eu ter com ele. Ainda era de dia, mas o pôr de sol estava quase a começar. Cheguei à praia e lá estava ele. Levantou-se, e vi que tinha preparado um piquenique. «Queres ver que ele pensa mesmo que me compra com jantares?», foi a primeira coisa que me passou pela cabeça. Aliás, a segunda, porque infelizmente a primeira foi «Porque foste tão estúpida em ignorá-lo este tempo todo? Corre para os braços dele e beija-o?», mas não o fiz, até porque queria ouvir o que ele me queria dizer.

   Ele aproximou-se, tinha o mesmo aspecto triste, como já era natural desde que se tinha passado aquilo connosco. Começámo-nos a aproximar devagar, como se tivéssemos medo um do outro.

    Diogo: Inês… ainda bem que vieste.