Parte 22.
As aulas tinham iniciado, e a minha turma não era
exactamente aquilo que eu esperava. Não com a Mafalda, mas estava na turma do
Diogo, que evitava olhar e estar comigo a cada segundo, por isso retraí-me um
bocado, pois não conhecia ninguém, e pelo que me apercebia, ninguém me queria
conhecer.
Vi a Mafalda ao longe e decidi ir ter com ela,
precisávamos de falar, aliás eu precisava de lhe falar e precisava que ela me
ouvisse. Ela olhou-me e eu agarrei a mão dela e puxei para uma sala.
Mafalda:
Ai, Inês.
Inês:
Desculpa, mas preciso de te dizer umas coisas, e tem de ser agora, porque estou
preparada e não posso perder esta oportunidade.
Mafalda:
Mas, Inês, acho que nós já dissemos tudo uma à outra…
Inês:
Enganas-te, então, Mafalda. Eu não te disse tudo o que te queria dizer. Pelo
menos aquilo que tu precisas de saber, aquilo que eu quero que saibas. No dia
da festa, não sei o que me deu… nunca fui de beber muito, nem sequer beber
bedidas alcoólicas, contudo, cometi erros, erros que influenciaram certos actos
e palavras de que hoje me arrependo bastante. Arrependo-me de ter acabo com a
minha relação e a do Diogo, arrependo-me de ter feito com que te afastasses de
mim, arrependo-me de não ter apoiado a minha família quando mais precisávamos,
e aquilo que mais foi de não ter estado com o meu pai quando ele mais
necessitou (uma lágrimas escorreu pela minha cara). Não o fiz por vingança,
apesar de muitos de vocês pensarem isso, mas a verdade é que estão errados, eu
não estava em condições para fazer o que quer que fosse, mas ainda assim
gostava que vocês me tivessem chamado, porque por mais coisas que se tivessem
passado, ele não deixava de ser meu pai.
Mafalda:
Nós achávamos que não querias sabes…
Inês:
Mas eu queria saber. Ainda assim, estou aqui para te pedir desculpa, para que
me perdoes. Isto está a dar cabo de mim, saber que estás desiludida comigo,
saber que não falas comigo, sabes que nunca te esquecerás que fui injusta e
egoísta, e não era isso que achavas de mim. (conseguia sentir a minha cara
molhada devido às lágrimas que escorriam) Desculpa-me.
Ela ficou a olhar para mim, enquanto eu soluçava
até não ter mais fôlego, até que ela vem até mim e me abraça com toda a força
que ela tinha. Eu continuei a chorar. Até que me acalmei e ela falou comigo.
Mafalda:
Eu não estava chateada contigo, irritada, ou o que quer que fosse, até podia
estar um bocadinho desiludida, mas eu só me afastei para te dar liberdade para
pensares naquilo que tinhas a pensar, naquilo que tinhas a perceber, e pelos
vistos deu resultado.
Inês:
Mas desculpa-me. Se pudesse voltar atrás fazia tudo de maneira diferente.
Mafalda:
Acredito que sim.
A campainha da escola toca e tivemos de sair
daquela sala, pois estava ocupada por outra turma. Ela deu-me um beijo na
bochecha e foi para a sala dela. E eu fui andando pelos corredores. Sentia
tanto a falda do …
Fui contra uma pessoa: Inês?
Olhei de relance e era o Diogo que estava à minha
frente.
Inês:
Diogo… Então… tudo bem?
Diogo:
Ahm, s-sim. E contigo?
Inês:
(encolhi os ombros) um dia de cada vez.
Diogo:
Pois. Estás a gostar da escola?
Inês:
Ahm, s…
Apareceu uma rapariga que o abraçou e o beijou.
Ele olhou para mim, como se não quisesse que eu tivesse visto aquilo. Senti uma
picada no peito.
Inês:
Tenho de ir. Txau.
Saí dali como um relâmpago e meti-me na
casa-de-banho. Estava irritada e as lágrimas eram uma lágrima a combater. Tinha
de ir para a aula, não podia faltar, mas não queria, nem estava com paciência.
Deixei-me ali ficar, com os fones nos ouvidos e a chorar. Com tudo o que tinha.
continua…
( decidi prolongar por mais um capítulos )
( decidi prolongar por mais um capítulos )
3 comentários:
deixou-me com a lágrima no canto do olho, amo esta história*
é das melhores histórias que já li!
anseio a continuação.
eu amo esta história , é mesmo linda, deixa-me sempre colada ao ecrã.
por favor, começa a publicar as partes, mais rápido *.*
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